Um clássico riograndino:Riograndense e São Paulo
Quando ainda criança me identifiquei com o jogo de botão,por este, ter a ver com o futebol, comecei então, através dos botões panelinhas, meus primeiros confrontos.Convidava meus amigos e íamos jogar onde tivesse um lugar disponível.No primeiro momento, era no chão da sala por ser mais liso e encerado,mas como o piso era frio,então minha mãe permitiu o jogo na mesa da cozinha, ai ficava melhor, embora na mesa tinha uma fresta e a bolinha (botão de camisa, muitas vezes, arrancado da minha própria camisa) caia pela tal fresta,mas ia assim mesmo.Os botões panelinhas vinham com a cara dos jogadores, era o máximo, e assim, fui adquirindo vários times sempre que tinha um dinheirinho. Com o tempo, descobri que havia outros tipos de botões (camadas) gostei pelas cores e comecei a jogar com este tipo de botão nas garagens em mesas de eucatex, era o que tínhamos no momento.Logo em seguida, descobri o compensado, então fiz uma mesa de botão e colocava em cima da mesa velha da cozinha para ficar mais alta. Então fazíamos os jogos de acordo com número de participantes, partidas isoladas, quadrangulares, torneios,etc... Comecei a participar em outras quadras, onde também havia adeptos ao jogo de botão e como a gurizada vinha de diversas ruas e eram muitos os participantes, começamos a fazer campeonatos como o famoso "Robertão". Jogávamos aos sábados à tarde e à noite. Em 1974, houve um campeonato considerado citadino, então lá fui eu. Descobri que pessoas de várias idades iam participar da competição. Fiz vários amigos nesta ocasião e neste campeonato acabei como vice campeão. Em 1975, houve outra competição mas acabei desistindo por motivos particulares.Quando em 1980 assistindo televisão, vi que algumas pessoas que foram meus adversários iam participar de um campeonato estadual. Chegando lá notei uma grande modificação em termos do jogo de botão, inclusive havia uma repercussão maior e também uma nova denominação: FUTEBOL DE MESA, onde os botões tinham que ser todos padronizados, as mesas eram maiores e havia uma regra oficializada. Enfim, a coisa parecia mais profissional e todos jogavam fardados de acordo com suas associações, os próprios botões tinham caixas onde ficavam organizados, me encantei com o que vi. Entretanto, somente no fim de 1981 comecei a participar dessa nova era do futebol de mesa com a regra baiana, anteriormente, era a regra gaúcha com botões de osso (galalite). Lá se vão quase trinta anos. Neste período tive que parar algumas vezes por motivos particulares, no entanto, nunca deixei de acompanhar o que estava acontecendo no futebol de mesa da cidade ,do estado e no Brasil inteiro. Procurei aqui não mencionar o nome das pessoas, associações,clubes ou grupos, porque todos foram importantes em todo este trajeto. Atualmente, tenho uma participação apenas a fim de divertimento onde jogo algumas etapas nos campeonatos internos. Posso dizer a todos que venham a ler meu relato que tive mais alegrias do que tristezas. No momento gosto mesmo é de fazer trocas, vivo trocando times e até me sinto como empresário bem sucedido, pois desde 1997 não compro times. Nesta época eu tinha 6 e agora tenho 21, sendo que alguns considero inegociáveis por ser da coleção. Tive algumas conquistas, boas colocações em competições importantes, mas o que me trouxe maior satisfação foi participar na organização e manutenção das entidades sempre com o propósito de estimular os mais jovens a praticar esta atividade esportiva. Hoje me sinto realizado, porque um dos maiores botonistas do país começou comigo (Alex Degani no SCRG),sendo assim um orgulho para todos nós, riograndinos. Outro momento emocionante foi quando eu e meu filho Igor jogávamos uma final de estadual , eu na categoria sênior e ele, na juvenil. Baseado nesta experiência, aconselho a todos os pais que levem seus filhos a competições quando for organizadas por alguma entidade e inclusive participem.